Harmonizando a vida com cervejas, comidas de botequim e amizade

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Doce de abóbora da vó – SAUBER BEER, RED RACER BEER

Sauber Beer Pumpkin Ale (6,5% APV)
Representante que melhor simboliza o Halloween, festa celebrada com maior relevância na cultura norte-americana, não teria ingrediente melhor para ser usado na criação de um estilo de cervejas originalmente americano e carregado de festividade, que não fosse ela, a abóbora.
Red Racer Pumpkin Ale (5% APV)
      Geralmente fabricada sazonalmente pelas cervejarias, o estilo Pumpkin Ale nada mais é que o uso da abóbora de qualquer espécie, em pedaços cortados, como purê ou aromatizante, adicionada no processo de mosturação durante a fabricação da cerveja. A adição de variedades de especiarias também é permitido, como por exemplo canela, noz moscada, cravo e gengibre. Na verdade o uso da abóbora enquadra a cerveja à categoria de Spice/Herb/Vegetable Beers, ou seja, uso de especiarias, ervas, legumes ou vegetais, que são adicionados a um determinado estilo, a fim de temperar a cerveja, acrescentando novas sensações a ela, mas sem sobrepujar o estilo original proposto.
cor mais escura e um pouco turva
É uma cerveja carregada de ineditismo, porém já encontrada no Brasil pela artesanal Sauber Beer, de Mogi Mirim-SP, que produz uma variedade de mais de 15 estilos de cerveja, sendo o estilo com abóbora o mais procurado, mas também o mais trabalhoso ao cervejeiro, devido ao cansativo processo de filtragem e clarificação pelo qual esse tipo de cerveja passa. Além do óbvio toque de doce de abóbora que ela possui, este é sutil e nada enjoativo, e especiarias como canela em pau e cravo-da-índia também são sentidos. O malte e o lúpulo aparecem em segundo plano, com o lúpulo mais presente no sabor, diria até que senti levíssimo cítrico.
(Mais da Sauber Beer Pumpking Ale no programa da rádio CBN, Pão e Cerveja:
CBN - A rádio que toca notícia - On demand)

cor mais clara e translúcida
Já na Pumpkin Ale da canadense Red Racer Beer, da Central City Brewing Co., achei o doce de abóbora predominando em absoluto o aroma da cerveja que traz ainda notas de caramelo. O sabor é menos carregado, com presenças de tostado, caramelo do malte e lúpulo, mas mesmo assim o doce de abóbora continua bem evidenciado, camuflando um pouco as outras sensações. Poderia ser mais dosado, mas mesmo assim ela não é enjoativa.
Diferenças à parte, ambas as cervejas carregam altas doses de nostalgia. Impossível, ao bebê-las, não recordar-se do doce de abóbora que nossas avós faziam. Veio-me logo à mente as viagens que fazia durante minha infância à casa de minha vó Glorinha, que morava no interior do estado do Rio, Vassouras. Quando lá chegava sempre tinha um doce de abóbora fresquinho me esperando, minha mãe até dizia que ela tinha feito especialmente para mim. Não sei se era verdade ou se dizia isso apenas para me convencer a comê-lo, mas era desnecessário, pois eu sempre o comia e repetia várias vezes. Na minha própria casa, feito por minha mãe, embora igualmente delicioso, eu o dispensava, talvez não tivesse o encanto das avós ou faltava o ar interiorano ao ambiente. Mas calma minha mãe, seu futuro neto provavelmente fará minhas honras, comendo seu doce até o êxtase.
Falando em comida e em minha avó, lembro que ela também fazia uma deliciosa galinha assada, também divina. Mas isso é papo para outra história e, quem sabe, para outra cerveja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário