Harmonizando a vida com cervejas, comidas de botequim e amizade

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

#PROVETUITE em Blumenau - 03/10/2011 às 20h - EISENBAHN


Release Provetuite Especial Oktoberfest

Provetuite Especial Oktoberfest com Juliano Mendes, na Fábrica da Eisenbahn em Blumenau

BLUMENAU, 20/09/2011 - Na semana de abertura da 28º edição da Oktoberfest em Blumenau, a Cervejaria Eisenbahn promoverá uma edição especial do #Provetuite, transmitido diretamente do Bar da Fábrica.

No #Provetuite Especial Oktoberfest, Juliano Mendes, um dos fundadores e agora consultor da marca, estará acompanhado do Sr. Gerhard Beutling, mestre-cervejeiro da Eisenbahn. Eles darão dicas de harmonização entre a Eisenbahn Weizenbier e salsichão, prato servido no bar, e também com o queijo francês Chèvre, feito de leite de cabra. A Weizenbier é uma cerveja de trigo bastante consumida na região de Munique, cidade que originou a Oktoberfest.

O #Provetuite será transmitido ao vivo, no dia 03 de outubro, às 20h. As informações sobre como acompanhar o evento serão divulgadas através do Twitter – www.twitter.com/_eisenbahn_ - e página do Facebook  www.facebook.com/CervejaEisenbahn . A WE3 ONLINE de Blumenau e a Live Content de São Paulo-SP, em conjunto com a equipe de Marketing da Cervejaria Eisenbahn serão os responsáveis pela produção e transmissão do evento.

Sobre o #Provetuite
O #Provetuite é um projeto da Cervejaria Eisenbahn e é transmitido ao vivo pela internet. Em cada edição, Juliano sugere pratos que harmonizam com a cerveja escolhida para aquele evento. No #Provetuíte, os seguidores acessam o link de streaming live e podem sugerir, questionar ou simplesmente acompanhar todas as informações passadas pelo apresentador. Nas edições anteriores, as cervejas apresentadas foram: Eisenbahn Weizenbock, Eisenbahn Strong Golden Ale, Eisenbahn Dunkel, Eisenbahn 5 e Eisenbahn Kölsch.

SERVIÇO:
Provetuite Especial no Bar da Fábrica
Quando: 03 de outubro de 2011, 20h.
Hashtag oficial do evento: #Provetuite

Contatos para mais informações:
WE3 ONLINE – (47) 3222 0582 – Rafael Bombonatti – rafael@we3online.com.br
Live Content – (11) 7463-3021 – Carolina Travaina - carolina@livecontent.com.br


Ergam o Pint e ralo abaixo! – ARTHUR’S DAY


pintura de Arthur Guinness
               Na 5ª. feira da semana passada, 22/09/2011, foi celebrado mundialmente o Arthur Guinness Day ou simplesmente Arthur’s Day. Arthur Guinness foi o fundador da Guinness Brewery, cervejaria irlandesa criadora da cerveja Stout mais famosa do mundo, a Guinness. Desde 2009, com a celebração do aniversário de 250 anos de existência da cervejaria e com a realização paralela de eventos musicais em várias partes do mundo, essa data é comemorada de forma ritualística, onde todos os apreciadores de Guinness devem erguer seus copos “pint” às 17:59 (remetendo ao ano de sua fundação em 1759) como uma homenagem em memória ao criador dessa adorada cerveja. Nada mais justo então que eu fizesse minha singela parcela de contribuição e também erguesse meu “pint”. Salve, Arthur!
garrafa de Guinness Special Export, 3 versões de Guinness Draught, sendo a última lata o design atual, e Pint de Guinness
17:59 (ah, o Botafogo ganhou nesse dia)
               Para completar a celebração coloquei na geladeira todas as Stouts de outras cervejarias que tinha armazenadas aqui em casa. Além da própria Guinness Draught (na verdade comprada no mesmo dia, já que não tinha em casa), a Caracu, Dama Bier Stout, Burgman Stout, Primátor Stout e Young´s Double Chocolate Stout, fizeram parte da lúdica brincadeira. Também tenho aqui algumas cervejas do estilo Imperial Stout, cervejas mais robustas, alcoólicas e complexas, mas deixei para degustá-las futuramente uma a uma, até porque depois de beber as 6 citadas a análise ficaria comprometida sem conseguir identificar sensações que cada cerveja traria. Portanto além da irlandesa aniversariante, também entrou na roda 3 brasileiras, uma da República Tcheca e uma inglesa, já estava de bom tamanho.
Guinness Draught (Dry Stout - 4,2% APV)
               O óbvio brinde inicial foi com a Guinness, com o pint erguido exatamente às 17:59, como o relógio da foto não me deixa mentir. Lembro que a última vez que a tomei foi no Il Piccolo Caffe (casa localizada no centro do Rio, especializada em comida e bolos alemães, além de boa carta de cervejas) coincidentemente em comemoração a outra festividade irlandesa, o Dia de São Patrício. Seja comemorando ou no dia-a-dia é sempre bom rever a dança que seu líquido exerce após derramado no copo. O efeito cascata da espuma com sua lenta subida da base ao topo é muito atrativo aos olhos, um verdadeiro espetáculo que mesmo demorado, pacientemente esperamos para só após o creme assentar esplêndida e cremosamente, tomarmos o primeiro gole. Seu sabor é um mix de café capuccino com chocolate amargo, além da alta torrefação, bem tostada, e nada doce! Ou seja, nada enjoativa.
               Pint de Guinness vazio, hora de dar prosseguimento na degustação de outras Stouts disponíveis. Segui a ordem da menor para maior teor alcoólico, portanto a próxima da fila foi a Primátor Stout. Essa tcheca seguiu direitinho a receita de como fazer uma Stout, na verdade uma Oatmeal Stout, estilo que leva adição de aveia, responsável por trazer mais cremosidade (e sustança!) à cerveja, pois apresentou boas notas torradas, de café e chocolate, e ainda notei nozes e amendoim no aroma, mas infelizmente ela estava comprometida. Não formou nenhuma espuma no copo, com bolhas dispersas, parecia mais uma coca-cola que cerveja, e parecia aguada também, ou seja, nada de cremosidade, estava “choca”!
Primátor Stout (Oatmeal Stout - 4,7% APV)
Caracu (Swet Stout - 5,4% APV)
               Para meu azar (ou alguma maldição de Arthur) a cerveja seguinte também estava comprometida. Apesar de formar uma espuma bonita, longa e de cor castanho escuro, a Caracu apresentou um fortíssimo cheiro de acetona, um intragável gosto acético, portanto infelizmente teve destino ralo abaixo na pia da cozinha. Confesso que até esperava um pouco por isso. Sua latinha estava aqui em casa guardada na despensa, comprada por minha mãe há tempos, que a usaria na receita do “filezinho de gambá”, então das duas uma, ou ela ou o supermercado na qual comprou a estocou mal. Por ser uma cerveja do maior grupo cervejeiro do mundo, ABInBev (Anheuser-Busch InBev), portanto facilmente encontrada em qualquer lugar, desde uma birosca a um hipermercardo, natural que nem todo lugar tenha o cuidado necessário, na verdade o mínimo, na hora de estocar seus produtos.
Dama Stout (Stout - 5,5% APV)
               Pelo menos dei sorte na próxima (obrigado, Arthur!). A última cerveja lançada pela Cervejaria Dama Bier, a Dama Stout, estava perfeita em suas condições, sem apresentar defeitos. Era a primeira vez que a tomava, e para surpresa senti de cara, como uma bofetada, um cheiro muito frutado de abacaxi, que na verdade ele foi bem convidativo, elegante e agradável, presente também no sabor, mas neste sobressaindo menos. Forte presença de algo gorduroso, que me soa fortemente como queijo gorgonzola, também a marcou – um adendo: a primeira vez que senti queijo gorgonzola numa cerveja foi na americana Barney Flats Oatmeal Stout, da americana Anderson Valley, que como leva adição de aveia, talvez essa robustez, cremosidade e gordura, venham daí – Fica a dúvida se a Dama também leva aveia. Enfim, ela era muito encorpada, aspecto de chope mesmo, e no fim ficou a sensação de ser muito equilibrada, nem mais nem menos, diria que perfeita.
               Essa perfeição durou pouco, terminando na próxima escolhida que também estava comprometida, totalizando 3 estragadas e tudo na mesma noite, será que bati o recorde? A próxima que escolhi foi a Burgman Stout, a mais alcoólica de todas, mas quebrei a regra mudando um pouco a ordem, pois achei que esta estaria mais parecida com as anteriores, conseguindo manter a análise no mesmo nivelamento. Mas a frustração foi tanta que também foi ralo abaixo. Nenhuma espuma, menos ainda que a tcheca, com a mesma aparência de coca-cola que após aberta fica dias na geladeira, sem gás nenhum.
Burgman Stout (Stout - 7% APV)
               Cheguei a seguinte conclusão na minha análise sensorial de cervejas comprometidas:
  • Caracu: provavelmente foi mal acondicionada no supermercado que a estocou. Ficou em contato direto com o sol ou em lugar úmido ou sem ventilação ou todos estes juntos. O forte cheiro de acetona e o azedo do sabor, até onde consegui suportar para analisar, comprovam isso.
  • Primátor: provavelmente foi mal transportada até minha casa. Como foi comprada em loja especializada em cervejas, certamente estava bem estocada lá, mas no trajeto da transportadora ou dos Correios deve ter sofrido alguma avaria, como cervejas sobre as outras dentro da caixa de papelão, por exemplo, ocasionando leve abertura da tampa devido contato entre ambas, causando perda de gás carbônico e a contaminando apenas em parte, pois mantinha suas características normais, podendo ser medianamente degustada, embora com zero de carbonatação e corpo aguado.
  • Burgman: o mesmo que a Primátor. Embora não a tenha bebido, apenas provado uma “bicada”, pois acabei despejando-a no ralo devido a alta frustração (já a Primátor consegui tomar toda), o pouco que provei apresentava bom torrado, café e boa carga de lúpulo, mas estava muito “choca”, sem graça, ruim, e a bebi pouco.
               Para fechar a noite, ou melhor, para salvá-la, era hora da Young’s Double Chocolate Stout. Seria a penúltima na ordem crescente das alcoólicas, mas ficou pro final, pois tinha mais cara de sobremesa. Embora as Stouts tenham como forte característica sabores e aromas de café, chocolate e suas derivações, essa cerveja recebeu essência e adição do próprio chocolate escuro na sua receita, do também inglês chocolate Cadburry, nesta que é considerada a primeira cerveja de chocolate registrada do mundo e mundialmente premiada em concursos cervejeiros. Obrigado, Arthur, por abençoar esse exemplar, que estava pefeito, com boa formação de espuma, de aspecto cremoso, com o bonito visual do líquido preto, muito denso, viscoso, oleoso, rijo. E no nariz... abra uma barra de chocolate escuro, puro cacau e com adição de pedaços de laranja, é o mesmo cheiro que você vai sentir nessa cerveja, o mais puro e vivo, nada artificial, aroma de um bom chocolate fino, inebriante e delicado. No paladar o chocolate muda do cítrico para dar lugar a um chocolate meio-amargo, mais contido no doce e bem tostada, com o chocolate menos intenso, e ainda bem, pois evitou deixá-la muito doce e enjoativa. No final ficou a sensação que me proporcionou uma satisfação tão intensa que dificilmente outro alimento/bebida conseguiriam tornar híbrido prazeres, para muitos, tão díspares, à perfeição, em apenas um único produto. Lembrei da cara de espanto da caixa do supermercado ao deparar-se com a existência de uma cerveja com chocolate. Até argumentei dizendo que era boa, mesmo sem tê-la provado ainda e agora, após degustada, deu vontade de voltar lá e falar a ela: eu não disse?
Young's Double Chocolate Stout (Sweet Stout - 5,2% APV)
               No final fiquei satisfeito de ter experimentado cervejas excelentes, como a velha conhecida Guinness e as recentes Dama Stout e Young’s Double Chocolate Stout, me marcando tanto que certamente voltarão a freqüentar meu copo futuramente, e até mesmo a Primátor Stout, que provou ser uma potente cerveja, pois mesmo comprometida conseguiu manter medianamente intactos aroma e sabor. Já as demais, decepções a parte, mesmo fatalmente comprometidas receberão uma segunda chance, acredito que o raio não cairá duas vezes no mesmo lugar. Mas a que mais marcou foi definitivamente a de chocolate. Já tinha experimentado antes cervejas que levam chocolate no nome, usando esse insumo não de forma natural, vivo, mas artificialmente, o gosto e o cheiro até eram de chocolate, mas igual um chocolate barato, de 2ª. categoria, pessimamente inserido no conjunto. A Young’s me fez mudar os meus conceitos.
DaDo Bier Double Chocolate Stout (Imperial Stout - 10,5% APV)
               E continuando com a temática de cervejas com chocolate, concluo essa postagem com uma bela notícia aos cervejeiros e chocólatras de plantão: a cervejaria DaDo Bier, gaúcha fundada em 1995, conseguirá finalmente registrar junto ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a sua cerveja DaDo Bier Double Chocolate Stout. Criada em comunhão com os cervejeiros cariocas Ricardo Rosa e Mauro Nogueira, seu diferencial é a adição de chocolate Kopenhagem na fórmula da receita, que acabou tendo seu registro vetado pelos funcionários do MAPA, devido proibição da lei no uso em cervejas de insumos de origem animal, o leite em pó, no caso (proibição restrita apenas às nacionais, já que a importação de exemplares semelhantes ocorre aos montes, vide a inglesa que tomei). A solução partiu da própria Kopenhagem que criou um chocolate que não tivesse leite em pó e a cervejaria conseguiu dessa forma a aprovação do MAPA. Resta agora esperar o lançamento dessa cerveja na chocolataria e empório mais próximos. Quem se deu bem, à época da polêmica, foram os poucos felizardos que conseguiram prová-la dentre os 100 lotes que a cervejaria presenteou, e disseram, em unanimidade, tratar-se de uma das melhores cervejas já feitas no Brasil. Muitos acabaram correndo pra esteira da academia no dia seguinte.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Não é uma creche! - DELIRIUM CAFÉ


               Outro estabelecimento cervejeiro aqui do Rio que aniversariou em agosto foi o Delirium Café, a primeira e única filial das Américas (são 6 no mundo todo) do famoso bar belga de mesmo nome, mundialmente famoso, que inclusive já foi citado no Livro dos Recordes como a maior carta de cervejas com mais de 2000 rótulos do mundo todos servidas no bar.
               A filial de Ipanema não conta com essa variedade toda, mas mantém uma carta de respeito com mais de 300 opções entre belgas, alemãs, tchecas e nacionais, por exemplo, além de funcionar como importadora, via grupo Buena Beer, de cervejas belgas e trapistas, e ainda como representante exclusiva das cervejas das marcas belgas Delirium Tremens e St. Feuillien.
               A minha ida ao bar já estava mais do que postergada, então nada melhor do que visitá-los à época de seu mês de aniversário, pois aproveitaria para conhecer a casa e comprar algumas cervejas já que estavam com promoção de 20% de desconto em tudo. Comprei algumas belgas que ainda não tinha visto vendendo no Brasil, além da Gulden Draak (dragão dourado), que já namorava há tempos e cujo desconto facilitou minha aquisição, e algumas Floris e Mongozo, cervejas que recebem adição de frutas, para a minha namorada.
Gulden Draak, St. Idesbald: Blonde e Triple, St. Paul Triple, Affligem Triple, Floris: Chocolat, Apple e Framboise, Mongozo Banana
Judas (Belgian Golden Strong Ale - 8,5% APV)
               A decoração do bar é um caso a parte, a começar pela fachada, pois qualquer um ficaria maravilhado com os elefantes cor-de-rosa desenhados nas paredes, mascote das premiadas e apreciadas cervejas da linha Delirium Tremens, que com um apelo comercial tão forte arrisco dizer que é o símbolo mais conhecido do mundo cervejeiro. Dentro do bar mais elefantes cor-de-rosa decoram o ambiente junto com variados quadros e pôsteres de cervejas igualmente famosas, quase sem deixar espaço nas paredes, já que a dominam em totalidade. Fazendo frente a cervejas com nomes com temática religiosa, como Deus, Lucifer e Duvel (diabo em flamengo), um pôster curioso me chamou atenção, da belga Judas, pois não a conhecia, mas infelizmente não tinham na loja, pois confesso que a curiosidade me faria beber essa traíra!
               Fui a loja com o intuito de comprar algumas cervejas para degustar em casa, mas tinha que beber ao menos uma no bar para comprovar o aconchegante ambiente. Escolhi beber um chope das 5 torneiras disponíveis e (olha ele lá novamente!) o elefantinho cor de rosa marcava presença na chopeira exclusiva da Delirium Tremens. Como todos os barris dessa cerveja tinham acabado no dia da festa de aniversário da casa, foi substituído pelo chope da brasileira Colorado Indica. Também contavam com outro brasileiro, o Therezópolis Gold, o irlandês Guinness, o alemão Erdinger e o inglês Old Speckled Hen, meu escolhido. Servido no copo pint da própria cerveja, grifado com os nomes da mesma, o chope é um espetáculo aos olhos. Após servido, toda a volumosa espuma, de aspecto leitoso, começa a subir da base até a borda do copo, ocasionando o efeito cascata, para no fim assentar no topo formando um rijo e cremoso colarinho. Cremosa, amarga na medida e com um delicioso adocidado de caramelo, a tomei no balcão mesmo, me sentindo num verdadeiro pub inglês.
Old Speckled Hen (ESB/English Pale Ale - 5,2% APV)
               Devido a compromissos tive que abreviar minha visita, sem ainda provar os variados quitutes da casa, mas feliz em ter sentido todo o seu aconchego, hospitalidade e atenção dos funcionários e do barman gente fina, muito conversador, e ciente que não tardarei a retornar com mais calma e preferencialmente acompanhado de amigos. Então já sabem, passando por Ipanema, ao avistarem uma fachada azul desenhada com vários elefantes cor de rosa, saibam que aquilo não é uma creche, só parece uma! Portanto não hesitem em entrar sem pestanejar, mas não levem seus filhos. Brincadeira! Levem, mas expliquem que só poderão brincar com os elefantinhos quando tiverem 18 anos.
as 5 chopeiras e o onipresente elefante cor de rosa

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Aniversariante da cidade sorriso - CERVISIA 1516


               Além do Boteco Colarinho, outro que aniversariou em agosto foi o Cervisia 1516, também completando 1 ano de existência. Bar, restaurante e empório que fica localizado no centro de Niterói, perto do Fórum e da Prefeitura nova, onde também costumam ocorrer mensalmente palestras envolvendo degustações de cervejas especiais, sempre realizadas pelo sócio Rogério Vasconcellos. Ano passado tive o prazer de ser um de seus alunos no curso de fabricação de cerveja artesanal, no Granel Armazém e Botequim, em Piratininga, mas como o Cervisia tem tomado muito do seu tempo, ele não está mais realizando os cursos.
                    Há um mês mais ou menos ampliaram seu tamanho com o aluguel de uma loja ao lado. Optaram por instalar um novo espaço com venda exclusiva de chopes Itaipava, creio que servindo como uma forma de atrair a ainda maioria do público desacostumado com cervejas especiais.
chorinho da dupla Ranieri & Brito e o Rogério, meu "professor"
               No dia da festa rolaram novidades como música ao vivo, chope Erdinger, dose dupla de chope Therezópolis Gold e Itaipava, além do prato do dia, rabada com agrião. Comecei com o caldinho de frutos do mar, participante do Festival Água na Boca All Mare, do Jornal O Globo, e o harmonizei com o chope de trigo, casando perfeitamente. Para almoçar escolhemos o “monte seu prato: escolha 1 carne, 3 acompanhamentos e 1 molho” e os escolhidos foram kassler (joelho de porco), arroz, feijão e batata-frita, e o molho de mostarda escura, e a cerveja eleita foi a Bierland Vienna, que começa doce, mas com um alto amargor bem persistente. União de Alemanha, Brasil e Áustria, todos juntos na mesa. Quase que servindo como uma sobremesa, minha namorada pediu uma Floris Fraise, uma cerveja com adição de frutas, bem leve, refrescante, doce, levemente ácida, onde o carro chefe é o alto cheiro e sabor de morango, e movidos pela curiosidade todos da mesa a experimentaram.
caldinho de frutos do mar, kessler com mostarda escura e acepipes do balcão
               A tristeza geral ficou por conta do delicioso caldinho de feijão, um sucesso que continua delicioso, mas diminuiu de tamanho (e também de preço, vale dizer), mas que não vem mais acompanhado do também delicioso pão com ervas, que agora é opcional, cobrado à parte. O coro era geral: queremos o antigo caldinho de feijão com pão de ervas de volta!
brinde com Bierlando Vienna (Vienna Lager - 5,4% APV), Floris Fraise (Fruit Beer - 3,6% APV) e chope Therezópolis Gold (Premium American Lager - 5% APV)
               E finalizando até de noite várias rodadas de chope Therezópolis, que depois foi substituído pelo chope Sulamericana, da mesma cervejaria Sankt Gallen e também participante da dose dupla. Chopes leves e sem muito destaque, mas que serviram para brindar a festa com os amigos presentes, celebrando esse reduto de boas comidas e cervejas especiais.
               É por essas e outras que gosto de morar na cidade sorriso, a minha Niterói. :)
Onde fica o banheiro? Logo ali atrás do rabo do elefante

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bebendo em SP, bebendo na estrada - BEER EXPERIENCE


               Geralmente a quantidade de público costuma ser o termômetro medidor do sucesso de um evento. Algumas vezes, sucesso de público não necessariamente significa sucesso de evento, pois grande quantidade gera maior cuidado na organização, oferecimento de mais conforto, acessibilidade, variedade de entretenimento, quantitativo de pessoal e também ter um pouco de sorte.
               O Beer Experience, evento cervejeiro que ocorreu no Centro de Convenções Frei Caneca, no bairro da Consolação em São Paulo, em 20/08, foi um sucesso de público e sucesso como evento cervejeiro, tanto que os organizadores o realizarão novamente ano que vem. Como a área era ampla, não lotou a ponto de ficar intransitável e por ocorrer ao longo de todo o dia de sábado, das 10h às 21h, o rodízio de pessoas era grande.
Velhas Virgens, Cervejaria Colorado, Dama Bier, de Piracicaba, e Backer 3 Lobos
               Além do óbvio (cerveja, cerveja e mais cerveja) o evento também contou com apresentação de três bandas, dentre elas a Velhas Virgens, que lançou sua própria cerveja, a Indie Rockin’ Beer, cerveja do estilo India Pale Ale, que tem como característica o amargor mais acentuado. Tomei um gole, é boa, com boa carga maltada e sabor de caramelo, mas que poderia ter mais amargor, mas nada que ajustes futuros não a deixem no ponto. Mais cedo teve show de comédia Stand Up e campeonato de Beer Cards, baralho parecido com o Super Trunfo, mas cujo mote são cervejas belgas (futuramente ele terá uma edição de cervejas brasileiras). Também tinha mesa de sinuca, totó e jogo de disco para entreter os presentes.
Beer Cards, jogos e sacas de malte servindo como almofadas
Klein Bier, Way Beer, Bierboxx e sais da Alma Rústica
               Alguns estandes ofereciam comidas, como sanduíches, petiscos, caldinhos e doces. Em especial, o estande da Bierboxx ofereceu costelas no barbecue feitas na hora, custava apenas $5 o pratinho e estava deliciosa, repeti várias vezes. O estande da Alma Rústica oferecia boas opções de sanduíches, mas o mais interessante foram os sais aromáticos de cerveja Stout, defumado e ervas, que estavam vendendo. Provei e aprovei todos.
Forest Bacuri (Specialty Beer - 3,8% APV)
               Bom, vamos a atração principal do evento, a cerveja! Eram mais de 100 opções de rótulos para degustar, em chope ou garrafa, e muitos lançados exclusivamente no evento, como por exemplo a já citada cerveja da Velhas Virgens. Também marcou estréia no evento a linha engarrafada da cervejaria Amazon Beer, do Pará, em destaque a cerveja Forest Bacuri que usa o fruto amazonense de mesmo nome na receita. A preferida de minha namorada, ela era bem refrescante, com leve acidez e forte presença do citado fruto. Confesso que antes não conhecia essa fruta regional e tão brasileira, posso dizer que só tomei conhecimento dela através da cerveja. Outras que estrearam foram as cervejas da linha 3 Lobos, da mineira Backer, cervejas que antes de prontas já polemizaram ao serem acusadas de plagiarem os rótulos da americana Flying Dog. Ousaram também no uso de ingredientes não tão usuais em cervejas, como capim limão, casca de laranja, açúcar mascavo e barris de umburana usados para maturação. Não as provei no dia, pois já tinha tomado dias antes e, plágios à parte, são uma maravilha.
geléia de damasco e chope ESB da GaudenBier
               No estande dos curitibanos do Clube do Malte vendiam geléias e molhos a base de cerveja, criação própria deles que vem expandir o uso da bebida na criação de outros tipos de produtos. Também serviram chopes dos conterrâneos da GaudenBier e experimentei deles o ESB (Extra Special Bitter) que muito me agradou. Ele passava pelo método de dry hopping (método responsável em trazer mais aroma à cerveja pela nova adição de lúpulo durante a maturação ou fermentação) com o lúpulo Styrian Golding, tornando ela mais aromática e fresca, que ainda tinha alto amargor, mas equilibrado com boas notas de caramelo. Outra curitibana presente foi a Way Beer, com quase todas as suas cervejas, em chope, chegando a esgotar algumas, como a Amburana Lager, muito bem falada, que infelizmente não provei. Já a Irish Red Ale pude provar e era aveludada, doce e com sabor muito puxado para bala toffe.
Marco Falcone, box da Mamãe Bebidas e Carolina Patrus
               O evento valeu também para conhecer pessoas, iniciar amizades além do mundo virtual e reencontrar algumas já conhecidas. Agradeço a gentileza do Guilherme Balbin, um dos organizadores que facilitou minha entrada mesmo sem convite, já que o mesmo não tinha chegado a tempo até minha residência. Raphael Rodrigues, do estande da importadora Tarantino e do blog responsável em cobrir o evento, o All Beers, foi muito simpático, inclusive me deixando provar algumas cervejas do seu copo e da sua esposa. Reencontrei o sempre atencioso Marcelo Carneiro, da Cervejaria Colorado, que dias antes tinha participado de um encontro cervejeiro em Niterói, presente com os chopes da Colorado, inclusive uma recém lançada, e ainda sem nome, do estilo American Brown Ale que leva adição de castanha do pará. Tietei o Marco Falcone, lenda viva da mineira Falke Bier, representada pelo estande da loja Mamãe Bebidas, onde finalmente conheci a Ana Carolina Patrus, conhecida antiga, mas apenas do mundo virtual, onde sempre compro minhas cervejas, que me brindou com chopes da Falke, provando que o mundo cervejeiro está repleto de gentilezas. Também encontrei o Edu Passarelli, cujo blog Edu Recomenda foi por anos uma grande fonte de meu conhecimento cervejeiro, mas que atualmente é postado pela Folha de São Paulo. Além de blogueiro, é gastrônomo, sommelier de cervejas e proprietário da Melograno, forneria e empório de cervejas localizada na Vila Madalena. Na hora de tirar a foto ele fez questão de encher meu copo com a St. Peter’s Winter Ale, já que nossos copos estavam vazios e copo de cervejeiro sempre deve estar cheio na foto! A Melograno é a fornecedora no Brasil das cervejas dessa cervejaria inglesa e também das escocesas da Traquair. Provei a Traquair Jacobite Ale, que antes tinha filado um gole de copo alheio, e mostrou-se uma bebida muito fina, com sabores de ameixa e um pouco de lactose. E ainda encontrei os amigos cariocas da BeerJack. É, o mundo cervejeiro é muito pequeno!
box da Melograno, fornecedora exclusiva das inglesas da St. Peter's Brewery, e Eduardo Passarelli
               Bebi uma boa variedade de estilos de cerveja, mas sem exagerar na quantidade. Fiquei no brilho, mas não embriagado, e se me pedissem pra escolher minha preferida das que bebi teria uma resposta na ponta da língua. O estande da Cervejoteca contava com várias caseiras paulistas, como a Sauber Beer, que já tinha provado quase todas de sua variada linha, inclusive já postei sobre sua cerveja com adição de abóbora, a Mestre das Poções, cuja peculiaridade é possuir um Mestre Alquimista responsável pelas receitas que são influenciadas pelo zodíaco e por eventos astrônomos, oferecendo cervejas únicas e nunca repetidas, e a Cervejaria Brix, que tive o prazer de degustar duas crias suas, a Madera, uma Old Ale maturada em carvalho trazendo notas envelhecidas, alto frutado e potência alcoólica (não resisti e acabei trazendo uma garrafinha para uma degustação com mais calma) e a Oatmeal Stout, que voltando ao início do parágrafo respondo que foi essa a minha preferida do evento. Nas cervejas desse estilo é adicionado aveia à receita, responsável por oferecer maior cremosidade ao corpo. A Brix foi além adicionando nibs (amêndoas) de cacau torrados durante a maturação, oferecendo toques de chocolate amargo. Mas ela foi mais além! No dia do evento adicionaram o Randall à chopeira, equipamento inventado pelo americano Sam Calagione, dono da Dogfish Head, originalmente um filtro cheio de lúpulos onde a cerveja passa antes de ser servido ao copo, mas a Brix trocou o lúpulo pelos nibs de cacau, e os aromas e sabores de chocolate amargo ficaram muito mais evidentes, sentidos a distância.
Madera (Old Ale - 9% APV), servida em chope ou garrafa no box da Cervejoteca
               A bola fora ficou por conta das poucas fotos que tirei do evento, culpa dos celulares, meu e de minha namorada, que estavam com a bateria fraca, ficando de lição para um próximo evento, e pela cerveja Poção de Trigo da Lua Cheia, que trouxe uma garrafa, ter vazado na mochila na volta para casa. O jeito foi abri-la e tomá-la dentro do ônibus, a temperatura ambiente e sujando todo o chão com o derramamento. Não sei se o transporte de bebidas alcoólicas é restrito apenas aos carros ou os ônibus também estão incluídos nesse ridículo projeto de lei recentemente aprovado pelo senado, mas felizmente não fui expulso do ônibus.
Poção de Trigo da Lua Cheia (Cerveja de Trigo - 5/7% APV), obrigatoriamente degustada no ônibus da 1001
               Bebendo em São Paulo, bebendo na estrada, bebendo em qualquer lugar, não vejo a hora de partir para a próxima tour cervejeira. Até lá!