olhos vilipendiosos que nos seguem |
informações complementares no contra-rótulo |
Carregado de dramaticidade e na maioria das vezes caindo em desgraça perante o público que torce por sua derrocada, o papel do vilão é um dos mais difíceis de interpretação para qualquer ator. Perfeitamente interpretada pela atriz Joana Fomm, a beata Perpétua era a vilã da telenovela Tieta, sucesso da rede Globo do início dos anos 90 e várias vezes reprisada, que tinha como protagonista a personagem homônima, interpretada por Betty Faria. Como na maioria das tramas novelísticas, vilões e bandidos geram suas rusgas motivados por dessemelhanças entre si sejam elas quais forem. Enquanto Tieta era independente, exuberante e dona de si, Perpétua era recalcada, manipuladora e mal amada, mas eram irmãs e automaticamente obrigadas a se aturarem.
ao lado de Perpétua está a Vilã Catherine Tramell (Belgian Blonde Ale - 7% APV), que leva mel na receita |
Vilã Stout Perpétua (Stout - 5% APV), que leva melaço na receita |
Eu diria que a cerveja Vilã Stout Perpétua, ludicamente batizada com o nome de uma famosa vilã assim como as demais crias da mineira caseira Cerveja de Caldeirão, é um misto de ambas, de vilã e mocinha, de Perpétua e Tieta. Acho até que mais de Tieta que Perpétua.
À primeira vista ela tem o visual de Perpétua. Seja na coloração preta igual a usual indumentária da antagonista, que usava roupas pretas, fechadas e pesadas, sempre de luto, da cabeça aos pés; à teimosia de sua rixa com Tieta, que nunca cedia a suas vontades, na cerveja sua volumosa e insistente espuma também teimosamente se mantém rija no topo do copo, sem descer do patamar em nenhum instante.
espuma cremosíssima, um verdadeiro pavê |
Mas profundamente, internamente, ela é toda Tieta, que na época atraía milhões de espectadores graças aos atributos físicos da atriz Betty Faria, a cerveja também é muito atraente e nos faz salivar. Com corpo aveludado, robusto e muito gostosa, quanto mais o líquido vai esquentando mais sabores vão se desprendendo e sendo evidenciados: café, chocolate amargo, baunilha, nozes. Coroando sua riqueza ocorre a formação de espuma cremosa para ser provada com colheradas como um doce de pavê que vai derretendo na boca causando verdadeiro delírio.
Chega a dar tristeza quando a cerveja chega ao fim, restando a ansiedade por mais um capítulo e o conforto por mais uma reprise.
Uma óbvia dica de harmonizaSOM: beba essa cerveja ao som do tema de abertura da telenovela, a clássica lambada do cantor baiano Luiz Caldas.
Agora eu li, e simplesmente adorei!!
ResponderExcluirImpressionante essa foto do colarinho. Muito obrigado pelo post Gil!
ResponderExcluirEu q agradeço pela cerveja.
ResponderExcluirE à espera d um novo lote da Vilã Perpétua.